terça-feira, 15 de maio de 2012

Ninho...

Foi-se o Dias das Mães. Foi o vigésimo da minha vida... É interessante pensar que, quando nasci, ao mesmo tempo em que minha mãe se tornava mãe, eu me tornava filha. E não foi fácil ser filha durante todo esse tempo... Obedecer demais, cumprir algumas tarefas, ouvir demais sem poder contestar muito.
Mas acredito que o pior de vinte anos sendo filha foi que, apenas nesse Dia das Mães, fui entender realmente o que minha mãe significava para mim. Calma, não estou sendo cruel... Alguns descobrem só depois de ter seus próprios filhos, eu descobri um pouco antes disso!
Mãe é aquela que doa... Doa seu corpo, doa seu sangue, seus nutrientes. Doa seu tempo, doa amor e cuidado àquele que ainda nem nasceu. Mãe doa seu seio, seu leite, seu sono para nos fazer dormir. Ela doa o seu calor para nos aquecer, doa suas lágrimas para nos consolar, doa seus abraços, carinhos e beijos para que possamos nos sentir amados, doa todo seu conhecimento e sabedoria para que componhamos a nossa subjetividade. E nós? Nós sugamos tudo o que ela puder dar. E devolvemos pouco, é fato, jamais conseguiríamos retribuir tanto em tão pouco tempo que temos sobre a Terra!
Foi nesse domingo, após ficar tantas semanas sem vê-la, que deixei minha mãe com um beijo. Ela já dormia quando eu estava de partida, então deitei ao seu lado na cama e a beijei... Ela acordou e, com um abraço demorado, pediu para que eu fosse tranquila, pediu para que eu resistisse aos obstáculos que a vida traria, pediu para que eu fosse paciente e para que Deus me abençoasse. Ela não pediu nada para ela. Então percebi que, em contraponto ao que Vygotsky dizia sobre o fato do bebê se descobrir um outro ser diferente da mãe ao sentir fome em seu bercinho e chorar para que ela viesse o alimentar, uma mãe NUNCA se descobre um outro ser. Ela continua sendo o seu filho, mesmo após cicatrizado o cordão umbilical.
Uma mãe não se desprende, não se afasta, não recua... Mas em um ato de pura doação, permite que sua extensão vôe, vôe e seja feliz, ainda que distante dela, ainda que leve junto o seu coração.
Então descobri que ela seria para mim, para sempre o meu porto-seguro, para sempre uma parte de mim que nunca me decepcionaria, como eu mesma várias vezes já me decepcionara... Tão perfeita em sua forma tão humana.
Sentir sua falta me fez enxergar, em olhos marejados de saudades, o quanto você sempre foi boa para mim e o quanto eu nunca vou poder agradecer o quanto você merece. Eu te amo, mãe!


5 comentários:

  1. Mandi, te amo sua linda !! rs

    to chorando rios de lágrimas aqui...
    fico muito feliz por vcs!! bjão!

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  2. Não chore mia! Abrace a titia por mim hehehe
    Beijos

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  3. E que mãe linda, né, Amanda?
    Querida, tá rolando um sorteio no meu blog e seria bacana ter sua participação... dê uma espiada por lá..
    Abraço!
    Jussara
    Quando puder mande pro meu e-mail o e-mail da sua mãe ;)

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  4. Se o mar adormecer em desvario
    As ondas não mais se formarem
    Se as gaivotas se perderem do ninho
    As árvores mais altas tombarem

    Se o dia não encontrar a manhã
    As nuvens deixarem de chorar água pura
    Se as pedras da ilha roubarem a cor ao verde
    As tuas palavras deixarem de ser raiva dura

    Boa semana


    Doce beijo

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  5. Tá sumida, Amanda! Vim te desejar um Natal bem feliz! Abração em todos os queridos, viu?
    ;)

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Obrigada por comentar o meu blog!
Espero que volte outras vezes para conferir as próximas postagens.
Até mais!